segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ESCRITORES DA LIBERDADE: ATIVIDADE DOS ALUNOS DO MATUTINO


REFLEXÃO DO FILME "ESCRITORES DA LIBERDADE

Após assistirem ao filme citado acima os alunos que estão integrados no projeto conecta refletiram escreveram e desenvolveram as atividades elaborada e slides propostas pela professora.


A professora Erin Gruwell (Hilary Swank), branca e bem-nascida, enfrenta uma turma da pesada: jovens organizados em gangues, com famílias desestruturadas e estigmatizados pela instituição que deveria ajudá-los. A violência é o elemento principal na vida desses jovens, no âmbito familiar e nos territórios demarcados no bairro que moram e na escola. São jovens derrotados a priori. A professora enfrenta as adversidades, incluindo a incompreensão do marido, além da resistência da direção da escola e dos colegas.

O filme tem o mérito de fazer pensar sobre os dilemas individuais e sociais presentes no espaço da sala de aula; dilemas que dizem respeito às nossas opções de vida, à forma como percebemos a sociedade e como nos vemos nela. O modelo do professor que abraça a educação como uma missão e a transforma numa espécie de militância, representado pela personagem do filme, o qual se fundamenta em fatos reais, é personificado por muitos dos que exercem a docência como algo que dá sentido às suas vidas. São exemplos de indivíduos devotados que, a despeito dos baixos salários, da falta de apoio, da incompreensão dos burocratas e dos próprios pares, desenvolvem um trabalho criativo e envolvente. São professores que amam o que fazem, disseminam a pedagogia da esperança, transformam vidas e fazem a diferença; são heróis e heroínas, com a professora de Escritores da Liberdade.

O filme valoriza a ação educativa, mostra a importância de compreender o mundo dos educandos, de respeitar as suas histórias de vida e adotar estratégias pedagógicas criativas capazes de estimular a reflexão. A razão técnica-instrumental, a transmissão insensível de conteúdos, mostra-se não apenas ineficaz, mas estranha aos educandos. É preciso educar os sentimentos, valorizá-los e compreendê-los. Educador e educando revelam-se em toda a humanidade e, nesse processo, simultaneamente aprendem e ensinam. A professora Erin Gruwell contribui para transformar a vida dos seus educandos, mas também se transforma.

Ainda que a professora e os seus alunos tenham superado os obstáculos e possam ser considerados vitoriosos, a verdade é que o mundo real do qual fazem parte, para além da sala de aula, reproduz a mesma realidade injusta, racista, intolerante, violenta e desigual que os envolveu. Não é por acaso que eles se sentem bem na sala de aula: ali romperam as fronteiras reais e simbólicas que os separavam; ali se conheceram melhor, reconheceram suas potencialidades e reforçaram a auto-estima; ali se viam como uma família. Eles e elas, porém, tinham necessariamente que interagir com o ambiente extraclasse.

Não é pouco o que conquistaram, mas é discutível a influência dessa experiência em relação às necessidades impostas pela realidade social. O tom psicologizante e individualista que vemos no filme parece indicar que as soluções para os problemas sociais são individuais – quando muito, envolvem um grupo restrito à sala de aula. É uma ideologia que mascara os fatores e causas econômicas e políticas que produzem a realidade social que os gerou. O problema é que eles não podem esperar pela realização da utopia redentora. Vivemos o hoje e o futuro depende das nossas ações e opções cotidianas. Eis o dilema!

Nenhum comentário:

Postar um comentário